Ed. 461 - 16/12/2005
Conselheiro alvinegro detona: “O ATLÉTICO É UM MAR DE LAMA”
Alisson Guimarães – [email protected]
Manfredo Palhares, belorizontino, 67 anos de idade; grande parte destes dedicados à sua maior paixão: o Clube Atlético Mineiro, afirma categoricamente: “sou um grande atleticano; com muito orgulho, portanto tenho credibilidade para dizer e provar tudo que lhe responder durantes esta entrevista, podes crer”.
Há 16 anos Manfredo é conselheiro do clube e está no seleto grupo dos Beneméritos do Atlético. Gaba-se por ser um dos poucos que tem exercido o direito que o cargo lhe confere e cumprido o dever de fiscalizar as transações de bastidores do clube, que na sua opinião, vive atualmente a maior crise destes 97 anos de história.
Com uma dívida que pode ultrapassar a casa de centenas de milhões, o Atlético ainda terá a árdua missão de encarar a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro em 2006 – “quem acredita que essa situação [disputar a Segunda Divisão] possa servir de reflexão para o clube é um infeliz”, rebate Manfredo – o que para ele também significa que os investimentos financeiros, atraídos pelo clube, diminuirão significativamente (a cota da TV, maior fonte de renda extra-campo do clube, por exemplo, cairá pela metade) e que o departamento de futebol, agora comandado por Ziza, terá que se desdobrar ficando atento para não cometer os erros dos últimos anos.
Além da enorme dívida (que o clube divulga estar em torno de R$ 160 milhões), o Atlético Mineiro está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual de Minas Gerais. Há a suspeita de irregularidades em transações de empréstimos bancários que o clube teria feito entre os anos de 1998 e 2005. Duas destas instituições bancárias – BMG e Rural – estão sendo também, como é público, investigadas por envolvimento com o publicitário Marcos Valério, que distribuía dinheiro a políticos, especialmente do PT e coligados.
Ainda é preciso atentar pra o fato de que, estritamente ligados aos bancos, estão os dois presidentes do Atlético no período abordado. Nélio Brant, que esteve à frente do clube de 1998 a 2001, na época, era diretor do Banco Rural. Já Ricardo Guimarães, atual presidente do Atlético, ainda é dirigente do BMG. No entanto, Guimarães já atuava no Atlético, à época em que Brant era o presidente, no cargo de diretor financeiro.
Há cerca de duas semanas, o fato de haver a investigação por parte do MP tomou projeção nacional, após o jornal Folha de S. Paulo, em sua edição de 30/11/2005, haver denunciado a existência do processo, se baseando nos documentos que tramitam naquele órgão. No total (entre 1998 e 1999) foram 22 contratos de empréstimos que teriam sido negociados junto ao Rural, segundo documentação em poder de Manfredo.
Com exclusividade, a reportagem do Jornal Nova Imprensa também obteve acesso às cópias dos documentos junto ao conselheiro– detentor da ação no MP – que nos falou sobre a real situação do Atlético, em uma entrevista franca e transparente na qual expôs seu pensamento, a respeito.
O clube perdeu o controle e está abandonado
É esta a definição de Manfredo Palhares sobre a catastrófica situação financeira do Atlético: “A situação no Atlético nos últimos anos é muito nebulosa. Estamos num país onde a mentira se torna verdade, onde um deputado envolvido em corrupções vai para a CPI com hábeas corpus, etc. O clube perdeu o controle. O Atlético hoje é um clube totalmente endividado, por irresponsabilidade de alguns de seus dirigentes. Se trata de um clube que não comprou um tijolo nos últimos 10 anos, pois até as reformas que estão acontecendo na Vila Olímpica são com ajuda financeira da CBF. Ricardo Teixeira mandou R$ 1 milhão para o Atlético – detalhou. Estão transformando a Vila Olímpica em um clube de lazer. Quando a Vila Olímpica era um espaço para treinamentos voltados ao futebol, o clube foi Campeão Brasileiro”, ressalta Palhares.
De acordo com o conselheiro, o Galo tem que se orgulhar apenas de sua torcida e irritado, disparou contra a atual diretoria: “A torcida é o maior patrimônio que o Atlético tem. Porém ele [Atlético] é administrado por pessoas incompetentes, bastante amadoras, e que entraram no Atlético Mineiro com outro propósito. O clube está totalmente abandonado. Com muita tristeza ocorreu agora o fato do rebaixamento, decorrente de uma má administração”, frisa Manfredo, que em um programa de esportes na TV Horizonte (da rede a cabo em BH), ainda no mês de maio/2005, já prenunciava que o Galo seria rebaixado à ‘Série B’: “A minha preocupação com o fato de estarmos na Segunda Divisão não é dentro das ‘quatro linhas’, mas sim com a sobrevivência do clube. A gente não sabe o comprometimento da ‘caixa preta’ do Atlético. Tenho diversos protocolos solicitando as receitas e registros de dívidas do clube e nunca alcancei meus objetivos. Mas acredito que a dívida atleticana é astronômica, impagável… O Atlético Mineiro é um clube totalmente nebuloso, sua verdade nunca vem à tona e o torcedor e nós conselheiros nunca sabemos o que lá ocorre, em verdade. O Atlético tem uma diretoria que é totalmente ausente, que se uniu ao Marcos Valério, PT, Delúbio Soares, Silvio Pereira, José Genoíno, José Dirceu e outros… O Atlético ficou de lado. Esses dirigentes foram à Brasília arranjar dinheiro pro PT, mas o Atlético não foi beneficiado. Eles (dirigentes) estão se escondendo atrás do escudo do Atlético. De minha parte, espero que o Conselho Deliberativo se atente às denúncias e dê exemplo para a CPI que investiga o esquema ‘Valerioduto’ em Brasília. O Conselho do Atlético tem que mostrar que essas pessoas tem que ser expurgadas de lá. Não sei até que ponto há ou não envolvimento do Marcos Valério nesta ligação BMG-Rural-Atlético”, destaca Manfredo, que relata ter sido procurado por Nélio Brant em 1998: “O Nélio me chamou para um almoço com ele, isso em 1998. Ele me ofereceu uma remuneração para trabalhar com ele dentro do Atlético. Você já viu pagar remuneração para Oposição? Não aceitei, não aceito e desconfio que esta influência do Marcos Valério está desde 1998 no Rural e no Atlético Mineiro”, ataca.
A atuação do Conselho no período
Manfredo Palhares também não poupou criticas ao Conselho Deliberativo do Atlético. Segundo ele, o Conselho foi omisso: “É bastante comprometedora a atuação do Conselho, que só sabe dizer ‘amém’ ao que a diretoria fala e faz. Não somos atuantes, não temos participação nenhuma. Nesse ano tivemos apenas 2 ou 3 reuniões, para se tratar de nada, se tratar apenas de uma farsa que é a aprovação das contas”, diz.
Para o conselheiro, a dívida atual divulgada pela diretoria – em torno de R$ 160 milhões – é mentirosa: “Esse balanço é uma farsa. Eu suspeito disso, porque não está computado nele a perda de passes de jogadores como o Cicinho (hoje no São Paulo), Ramon Menezes (atualmente no Botafogo), Cleisson (que disputou a Série B pelo Náutico), do Valdir Bigode… Com os juros que se paga e a falta de receita, suspeito que a dívida gire em torno de R$ 250 milhões”, repete.
Alexandre Kalil, presidente do Conselho Deliberativo, também foi alvo de críticas de Palhares: “O Kalil é mais um; atleticano. Feito ele têm outros 10 milhões de órfãos por aí. Há algum tempo atrás ele falou que não havia buraco que coubesse o Atlético. Hoje ele não tira o Atlético do buraco. É responsabilidade dele? Como presidente do Conselho e magistrado do clube, ele tem que atuar defendendo os interesses do torcedor. Se o Conselho não serve para se reunir nem para ajudar, que ele [Conselho] seja extinto. O Conselho do Atlético tem que ser atuante. Mas acontece que ele [Conselho] é atuante para meia-dúzia”, ataca o conselheiro, que completou relatando dois fatos: “Para se ter uma idéia do que é o Kalil…, em 1999, ele fretou um ‘avião da alegria’, com 250 conselheiros, para Salvador (na ocasião o Atlético jogaria contra o Vitória, em partida válida pela semifinal do Brasileirão daquele ano). O Atlético bancou tudo. Na final contra o Corinthians, em São Paulo (no dia 21/12/1999), ele foi omisso. O regulamento do campeonato determinava que a partida final deveria ser disputada às 16:00h. Então o prefeito de São Paulo, Celso Pitta, mudou o horário do jogo para as 21:40h. Já que o Kalil se diz tão poderoso assim, o que ele devia ter feito? Que ele levasse o Atlético para o Morumbi às 16:00h. O Corinthians não aparecendo, o Atlético voltaria pra BH campeão, pois o clube estava com ‘o regulamento embaixo do braço’. Ele [Kalil] não fretou um avião pra Bahia? Então que fretasse um avião para os jogadores viessem de São Paulo para Belo Horizonte e comemorassem o título. Em 2001 ele também foi omisso. Na partida contra o São Caetano (válida pela semifinal do Brasileirão), o Atlético virou o 1º tempo ganhando por 1 a 0. Na volta do intervalo caiu um verdadeiro dilúvio, o Anacleto Campanella parecia campo de pólo aquático. Ele devia ter brigado para que o jogo acontecesse outro dia, com o campo seco. Foi incompetente. Resolveu arriscar, o time sofreu a virada (2 a 1). Saiu da competição mais um grande prejuízo para os cofres do clube. Em 2005, por exemplo, o Corinthians ganhou o título com uma canetada. Era para o Atlético estar brigando na Justiça também, até hoje”.
Parcerias atleticanas
Nos últimos anos, o futebol brasileiro presenciou tentativas frustradas de parcerias entre clubes e investidores.
Alguns dos casos mais famosos foram os da empresa ISL com o Flamengo e o Grêmio e o da Hicks Muse com o Cruzeiro e o Corinthians.
Em 1999, o Atlético esboçou uma parceria com um grupo de investidores, na época representados pelas empresas CIE/Octagon/Koch Tavares.
Para Manfredo, a parceria nunca aconteceu na prática, pois apenas o Atlético teria gasto dinheiro no projeto: “Até já esqueceram um pouco disso. Fizeram um oba-oba danado em torno dessa parceira. Trouxeram Bebeto de Freitas, Helena Landall, para nada. Jogaram um dinheirão no ralo”.
De acordo com Palhares, havia nesse suposto contrato uma cláusula em que constava que “se alguma das partes (Atlético – Investidores) o desrespeitasse (contrato), a parte prejudicada teria o direito de ser ressarcida em U$ 20 milhões”. “A parceira não saiu e o Atlético não recebeu um tostão. Foi um engano muito grande. Apagaram o incêndio com gasolina. Não deu em nada. Quem gastou foi o Atlético, pagando viagens e salários altos para o Bebeto e para a Helena”, frisa o conselheiro, que também teme a hipótese ventilada nos últimos dias de que, para o ano que vem, o clube firme uma parceria com o empresário Juan Figger, que detém direitos de diversos jogadores do futebol brasileiro. Inclusive na última segunda-feira (dia 12), o vice-presidente de futebol do Atlético, Sérgio Coelho, concedeu entrevista coletiva no CT de Vespasiano, destacando que a parceria será informal e que o futebol do Atlético não estará terceirizado: “Essa é uma coisa que eu temo muito. O Sérgio Coelho não precisa de empresário para administrar o futebol do clube. Ele [Sérgio] é quem tem que fazer isso. Buscar contratações; novos talentos… Ele foi eleito pra isso. O que esse Juan Figger sabe do Atlético Mineiro? Pode ser que ele conheça só a nossa torcida. Ele vai trazer jogadores sem-clube, pôr no Atlético, recuperar a forma deles e depois os manda embora para outros clubes, afinal os atletas são dele. Quem deveria assumir isso é o Sérgio Coelho. Mas ele é um incompetente. Ele [Sérgio] deveria é sumir do Atlético”, atacou Manfredo, que também criticou uma declaração dada por Ricardo Guimarães recentemente, em entrevista coletiva, dois dias após o empate entre Atlético x Vasco, que culminou com o rebaixamento do time mineiro. Na ocasião, Ricardo disse que havia uma cobrança excessiva sobre ele e que estariam querendo “um super-homem para presidente, que estivesse onipresente no Atlético”.
Baseado em uma extensa reportagem da revista ‘Isto É Dinheiro’ [edição nº 429 – 30 de novembro de 2005] sobre o banco BMG, que tem como um de seus dirigentes o atual presidente do Atlético, Manfredo discorda: “Ele não precisa ser super-homem. Ele só precisa ser presidente. Ele é totalmente ausente. Na revista ‘Isto É Dinheiro’ ele falou que vai até em treino do Atlético. Se ele vai aos treinos, então ele é super-homem. Não vai nem aos estádios; daí chega na revista e conta uma mentira dessas? O negócio deles é Marcos Valério, é PT, é dinheiro; é responder em CPI. Que ele largue o Atlético; ele não passa de um pára-quedista”, ironiza Manfredo, que pede a renúncia de Guimarães: “Se ele não quer cobrança, que ele pegue o boné dele e vá embora. Ele vai ficar incomodado com a pressão da torcida, da imprensa? Ele não dá resultados, não sabe contratar, não sabe nada de futebol. Ele pode ser competente na área dele, com Delúbio, José Dirceu… Essa diretoria já entrou para a história do Atlético com o que fizeram com os 97 anos do clube. Não é no escritório do banco, com ar-condicionado e conversando com os representantes do ‘Valerioduto’ que se faz futebol”, completou.
A dívida atleticana como uma ‘bola de neve’
Em 1998, Nélio Brant Magalhães assumiu a presidência do clube, após a saída do até então presidente Paulo Cury.
Foi nesta época que Manfredo Palhares começou a coletar tudo que houvesse de informação relacionada às dívidas do Clube Atlético Mineiro. O primeiro recorte de jornal da época foi de uma matéria publicada no jornal Estado de Minas (outubro de 1998), que traz uma reportagem sobre a posse de Nélio Brant, na qual é relatado que a dívida do Atlético, naquele momento, era de R$15.900.000,00. E foi a partir desta época que teriam se iniciado os supostos empréstimos bancários junto ao Banco Rural – como já informado, Nélio era então, diretor do Rural.
De posse das cópias dos documentos apresentados por Palhares ao Ministério Público, em agosto último, os promotores Fernando Galvão e Eduardo Nepomuceno analisam o caso. Eles (os documentos) comprovam que durante um período inferior a um ano, após a posse de Nélio, o Atlético firmou 22 contratos de empréstimos junto ao Bco. Rural.
Os empréstimos do Rural – somados – chegariam à R$13.450.000,00. Os juros anuais cobrados giravam entre 44% e 69%, em empréstimos de prazos que variavam de 20 a 270 dias. Essas taxas estão próximas das praticadas pelo mercado naquele ano – que eram de 64,3% ao ano, de acordo com a Associação Brasileira de Bancos (Febraban), em matéria da Folha.
Do total emprestado, R$3.300.000,00 não apresentam carimbo de quitação. Sem pagamento no prazo, havia previsão de acréscimo de 30% ao total.
Pelo Atlético, Guimarães assina 10 dos 22 contratos – e também aparece como avalista desses empréstimos. Os outros são assinados por Nélio Brant.
Existe, também, uma nota do Banco Mercantil –à qual o Nova Imprensa teve acesso exclusivo – datada de 29 de junho de 1999, no valor de R$1.900.000,00. Mesmo não tendo sido emitida pelo Clube, Manfredo suspeita que o emitente (diretor do clube), tenha se valido deste expediente para socorrer o Atlético.
No apontamento de Manfredo, o somatório das notas, incluindo a do Mercantil, chega a R$15.350.000,00, obtidos no curto prazo de tempo e deveria ser aplicado no pagamento da dívida de R$15.900.000,00: “Com estes empréstimos a dívida estaria paga. Nesta época, também, fizeram, inclusive, um empréstimo junto a uma extinta rede de supermercados de Belo Horizonte no valor de US$ 5.500.000,00; ou seja, era para se ter até dinheiro em caixa. Ninguém viu esse dinheiro. Hoje temos uma dívida quase impagável, suspeito que seja de R$250.000.000,00. A única renda que o Atlético terá é nas bilheterias, porque a torcida nunca abandona o clube”, diz Manfredo, de posse de uma série de extratos bancários.
De acordo com a matéria da Folha, já em 2000, o BMG firmou 8 contratos de empréstimos com o Atlético, somando R$8.469.000,00. O maior deles é de R$3.000.000,00, sobre o qual incidem os juros mais elevados de 2,91% ao mês. Guimarães não assinou os contratos. Mas, em 2001, o dirigente assumiu a presidência do clube. Ainda de acordo com o jornal paulista, o Rural faz negócio com o Atlético até hoje. Além dos bancos do “Valerioduto”, o Indusval (11 empréstimos), o Intermedium (7), o LS Momento Mercantil (1), o Bradesco (1) e o Mercantil (1) repassaram dinheiro ao clube, através da operação financeira.
Conselho se reúne semana que vem
Na próxima segunda-feira, dia 19/12 (justamente quando se completam 34 anos da primeira e maior conquista do futebol do Atlético – o Brasileiro de 1971), o Conselho Fiscal do clube estará se reunindo para discutir o orçamento do Atlético para 2006: “Pelo menos o Atlético ainda tem pessoas dignas e de competência no Conselho Fiscal do clube, lideradas pelo Alberto Lima Vieira. Acredito que nesta reunião ele irá solicitar documentos mais sólidos e transparentes, diferentemente de outras épocas nas quais outras comissões não fiscalizaram as coisas como deveriam e provocaram esse mar de lama”, diz Manfredo.
Palhares espera que os erros dos últimos anos não sejam repetidos: “É um absurdo os contratos que fizeram com jogadores e comissão técnica. O Tite [técnico que esteve à frente do Atlético na primeira parte do Brasileirão deste ano] não acertou com nenhum outro clube na reta final do Brasileiro porque o Atlético ainda lhe paga um salário mensal de R$300.000,00. Para ele e sua comissão técnica, isto até dezembro próximo. Ele recebeu uma proposta de R$120.000,00 do Flamengo mas não aceitou, por ser um valor inferior ao que ele e sua comissão ainda recebem do Atlético. Então o Flamengo contratou o Joel Santana. Com a saída dessa turma de jogadores como Amaral, Emerson e Fábio Baiano, o Atlético parece ter ‘enxugado’ R$750.000,00 da folha de pagamento. Isso quem deveria pagar era o Ricardo Guimarães, do bolso dele, pois foi ele quem assinou esses contratos. Enquanto isso, os funcionários do clube que recebem R$300,00 ou R$400,00 estão com salários atrasados há 3 meses. Tem que mudar tudo. A curto prazo o Atlético não tem solução. Hoje o clube é obrigado a vender uma revelação como o Ramon para pagar salário atrasado de funcionário”.
No início da semana Ziza foi anunciado como o novo ‘homem forte’ do futebol atleticano. Velho conhecido de Palhares, ele terá a dura missão de montar um time competitivo para o próximo ano: “Eu até admiro o otimismo do Ziza, mas ele não sabe o comprometimento do clube. Ele está muito ausente, está distante do futebol. Ele tem um bom caráter, mas o Atlético dentro de campo precisa é ganhar títulos. Ele não sabe nem o elenco que ele tem na mão. Vou torcer pra dar certo, eu gosto dele”, finaliza Manfredo Palhares, atleticano, que promete continuar abastecendo de documentos e informações ou denúncias, ao Ministério Público e outras autoridades – como o senador Álvaro Dias –visando tirar o Atlético do buraco em que ele nunca deveria ter caído. Os extratos bancários, por exemplo, já estão a caminho do MP, a fim de serem analisados, afirma Manfredo.